A
Associação de Pós-graduandos (APG) da Universidade Federal de Mato Grosso,
campus Cuiabá, manifesta publicamente seu apoio à greve dos profissionais da
educação pública. Entendemos que a luta por melhores condições de trabalho, por
um plano de carreira digno e pela reposição salarial, entre muitas pautas, é,
na verdade, a luta por igualdade social no país. Essa igualdade passa pelo
acesso universal à educação pública de qualidade em todos os seus níveis.
É
inadmissível que a 6ª economia do mundo trate com tanto descaso a educação, não
priorizando esse importante setor do país. O Brasil hoje investe 3,18% do
Produto Interno Bruto (PIB) em educação, 0,43% em Ciências e Tecnologia,
enquanto destina 47,19% a amortizações da dívida externa. Esse cenário se
reflete no setor desde o ensino básico até a pós-graduação, já que os índices
de evasão, mesmo nas primeiras séries, são alarmantes. Temos um país onde ainda
há analfabetismo e apenas cerca de 30% dos estudantes se formam no ensino
médio.
Tudo
isso se deve à política educacional do país, que não valoriza os profissionais
da educação, e à falta de visão estratégica do governo em valorizar essa área e
garantir o futuro do país. A luta existente nas Universidades e Institutos
Federais é para se assegurar as condições básicas necessárias para que haja uma
educação pública gratuita e de qualidade, passando pelos aspectos da boa
remuneração dos professores e técnicos, e chegando às políticas de acesso e permanência
dos estudantes.
Na
pós-graduação as condições de ensino, pesquisa e extensão são semelhantes.
Apesar dos avanços dos últimos anos, o dilema da falta de bolsas de pesquisa
para os estudantes torna complicada a tarefa de desenvolver as importantes
atividades de pesquisa que fazem parte do mestrado e do doutorado. Além disso,
há mais de quatro anos não há reajuste no valor das bolsas. Este ano o
Ministério da Educação (MEC), por pressão da Associação Nacional dos
Pós-graduandos (ANPG), anunciou o reajuste de 10% nos valores de 1.200
(mestrado) e 1.800 (doutorado) das bolsas. Entretanto, a nossa luta é por 40% de
reajuste. Só assim poderemos recuperar as perdas dos quatro anos de aumento na
inflação e possibilitar auxílio às pesquisas desenvolvidas.
Outra
importante pauta é a luta por garantia de assistência estudantil para os
pós-graduandos. Diferente das bolsas de pesquisa, essa assistência inclui
direitos à alimentação e moradia. No caso da UFMT este direito está assegurado,
contudo, em muitas outras universidades, não há assistências estudantil para a
pós-graduação. Compete a nós lutar para que esse direito seja assegurado em
todo o Brasil.
Entendemos
que a luta dos professores e técnicos é também de todos os pós-graduandos, já
que, a grande maioria de nós pretende trabalhar na formação acadêmica dos
estudantes. Dessa maneira, cremos que o apoio à greve geral da educação, que já
atinge 95% das Instituições Federais de Ensino é fundamental para pressionar o
governo a atender de forma integral as pautas de reinvindicações.
A
APG da UFMT, assim como as demais entidades representativas de estudantes,
aproveita esse momento para colocar em pauta suas próprias reinvindicações,
tanto nacionais como locais. Informamos à todos que em agosto será realizada a
Marcha Nacional dos pós-graduandos em Brasília, onde será feita uma
manifestação para pressionar o governo a negociar todas as nossas pautas. A APG
está articulando a ide de uma delegação de Mato Grosso para participar desta
luta.
REIVINDICAÇÕES
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Garantia de servidores técnicos administrativos nas secretarias de todos os
Programas de Pós-graduação
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Ampliação do número de bolsas e reajuste de 40% do valor das mesmas, já!
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Garantia de assistência estudantil para discentes de pós-graduação em todos os
campi da UFMT
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Pela restituição do corte de 55 bilhões no orçamento da União, que afetou
diretamente os Ministérios da Educação e de Ciência e Tecnologia
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Pela criação de um Programa Nacional de Assistência Estudantil para a
pós-graduação
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Pela revisão dos critérios produtivistas da CAPES e do CNPq
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Pela ampliação dos prazos de defesa e qualificação e garantia das bolsas no
período equivalente à duração da greve
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Pela abertura imediata de concursos públicos para técnicos e professores
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Pela criação de uma política de incentivo e apoio aos grupos de pesquisa das
regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, criando as condições estruturais para o
desenvolvimento de pesquisas por meio de editais e políticas governamentais que
priorizem o apoio aos pesquisadores destas regiões
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Por passe livre irrestrito aos alunos de pós-graduação
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Pela aplicação de 10% do PIB na educação pública já no ano de 2013.
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